O urgente, o importante e o que não interessa

Vendedores, Propagandistas, Consultores Comerciais, seja qual for o nome, respiram e vivem de algo muito concreto e bem definido: planejar, pôr em prática e cumprir metas. Não existe uma só atividade ligada à área comercial que não esteja diretamente ligada com a relação entre o resultado alcançado ontem, versus oportunidades para amanhã. Ponto.

É também fato que, para chegar na Meta, a pessoa de vendas precisa pôr para funcionar diversas atividades ao mesmo tempo. É como o equilibrista que precisa equilibrar diversos pratinhos, cuidando para que os mais importantes não percam a forma, despenquem e quebrem. Vendedores são malabaristas, no sentido positivo da palavra – lidam com diversas demandas ao mesmo tempo e todas precisam funcionar de forma harmônica rumo ao resultado. Pra garantir que todas essas demandas sejam bem encaminhadas e levem ao resultado, é necessário planejar, sabendo eleger o que é urgente e importante, bem como o que é desperdício. Parece um paradoxo, mas essa é justamente a maior dificuldade de quem lida com vendas. Não saber a diferença entre um e outro pode matar qualquer esforço pra chegar na Meta e, assim, encurtar a carreira de um vendedor. Senso de urgência nada tem a ver com “senso de pressa”.

Como gestor de pessoas (e foram centenas delas), conheci profissionais de sucesso disciplinados e indisciplinados – pode crer que tem. A diferença entre eles? A saúde, os cabelos brancos e a realização no final do dia. O sucesso na base do “é matar ou morrer” é uma opção, um arbítrio, mas não precisa ser desse jeito.

Não é uma verdade absoluta que pessoas percebidas como sendo “bombeiros” na equipe são as que possuem as melhores performances. Aos olhares menos atentos, o profissional “multitarefa” até se confunde com o bombeiro. Mas estamos falando daquela pessoa que passa o dia inteiro correndo e, como o Coelho de Alice no País das Maravilhas, olha pro relógio e só sabe dizer “estou atrasado”, ou “Nossa, o dia pra mim precisava ter 28 horas”. Ouve-se essas e muitas outras desculpas de pessoas que empilham trabalho e não conseguem se organizar.

Profissionais multitarefa se focam no que precisa ser feito e cuja ação tenha alto impacto sobre o resultado. A pessoa que apaga incêndios faz tudo ao mesmo tempo e normalmente não distingue o que tem alto ou baixo impacto no resultado – classifica tudo como urgente. Vive desculpando-se de coisas não feitas, decisões postergadas, trapalhadas básicas. Tudo em nome da “rotina atarefada”. E em vendas, não é mais aceitável a velha justificativa de que “tudo é prioridade” e que “o tempo está cada vez mais escasso”. Voltando à ênfase desse nosso papo, é preciso afastar-se desse mau hábito e disciplinadamente organizar-se em torno do que é urgente e do que é importante.

Para entendermos de forma didática a diferença entre urgente e importante, vamos lançar mão da Matriz elaborada pelo consultor e palestrante Alessandro Saade. Ele sugere uma forma simples e didática de tomar uma decisão e para onde correr, veja:

Para praticar, use a matriz acima como modelo e liste dentro de cada quadrante as suas atividades diárias. Planeje suas tarefas da semana de acordo com o que foi listado, considerando a ordem de urgência/importância. Com certeza, verá que a agenda ficará muito mais leve e produtiva e que o bombeiro que existe em você vai dar lugar a alguém que sabe exatamente o que fazer para cumprir suas metas.

Aproveite o momento de revolução das atitudes e da revisão de crenças antigas para espanar o hábito do “super atarefado”. A própria natureza, aquela que não dá saltos, está nos convidando a desacelerar para render. Faça este esforço e veja suas horas renderem o dobro, sua performance embicar para cima e, no final do dia, você poder desligar o celular, cuidar da saúde e da família sem qualquer sombra de culpa. Todo mundo à sua volta agradece.

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